No post de hoje, quero falar um pouco mais sobre a importância da imperfeição nos desenhos. É um tema muito importante e necessário, principalmente para quem ainda está dando os primeiros passos na ilustração. Farei isso, porém, no decorrer do post, haha, quero dar exemplos mais claros à respeito :)
O sketch inicial que fiz do Vivec. Estava pensando em fazer ele com olhos normais, como vocês podem ver aqui, mas como não gostei de como estava ficando, resolvi seguir outro caminho.
Achei que ele ficaria mais místico, mais "divino" com os olhos inteiros coloridos, haha.
Para a pele, como falei no post anterior, eu quis fazê-la metade Chimer (parte dourada) e metade Dunmer (parte cinza escuro), para ser mais fiel ao lore do jogo. Para fazer a parte dourada, geralmente uso tons de marrom e amarelos claros e médios. No caso do cinza escuro, até comecei no grafite para evidenciar as áreas de luz e sombra, mas finalizei mais no lápis pastel mesmo — preto e tons de cinzas frios. Para mesclar as cores, usei o pincel velho que comentei nesse post, para quem não leu. Ótima dica aliás para quem não tiver um esfuminho ou outro meio de mesclar. Tem gente que mescla com os dedos também, mas eu particularmente não gosto, haha.
Para fazer a armadura, me inspirei na do Elder Scrolls Online mesmo ao invés de Morrowind. Na foto é mais para vocês verem o que faço como base para criar os efeitos dourados: lápis dourado claro para a base, marrons para as partes mais escuras. São várias e várias camadas de cor para criar o efeito, isso não só para o dourado, mas para o desenho no geral. E para criar ainda mais contraste, vou reforçando os tons aos poucos em cada camada.
Como eu nunca tinha desenhado um coelho antes, resolvi buscar algumas referências e tentar para treinar. Foram várias linhas para chegar nesse efeito para criar o pelo, hehe.
E aqui eu entro um pouco com o tema da imperfeição, haha. Quero usar de exemplo o coelho que fiz, justamente por ter dado a ele o que geralmente faço em meus desenhos: o contorno em branco.
De vez em quando me aparecem pessoas questionando e achando errado que eu faça esse contorno branco. Acham exagerado, demais... eu entendo eles, porém faz parte do meu estilo. É algo que acabou por ficar e fazer parte dos meus desenhos, é o que chamo de imperfeição, haha.
Sempre encorajo as pessoas a buscar um pouco de suas próprias imperfeições no desenho. Por que faço isso? Porque sendo uma pessoa que já desenha há 5 anos, isso foi algo que entendi apenas no ano passado. Se eu tivesse pensado nisso mais cedo, tenho certeza que teria melhorado ainda mais nos desenhos. A imperfeição é importante porque faz parte da natureza, faz parte do que somos. É o que torna cada desenho único, seu. Não se prenda em fazer desenhos perfeitos, afinal, quanto mais você pratica, melhor você fica.
Solte-se, liberte-se.
Aqui vai um outro exemplo: um estudo de cervos na floresta. Dá para perceber que o cervo no plano mais próximo está mais detalhado do que os que estão mais distantes, propositalmente, para criar um efeito de profundidade ao desenho.
Nesse, resolvi usar além das canetas nanquim, um pouco de lápis branco também para evidenciar as áreas de luz.
São linhas bagunçadas, algo solto. Proposital. É uma maneira que encontrei de me soltar mesmo, ter algo meu. Encorajo todos a se encontrarem em sua própria imperfeição. Você verá o quão bom é fazer isso :)
Outro sketch solto também. Um rosto em grafite e lápis branco.
Nesse, usei a lapiseira pros tons médio e mais escuros e o lápis branco para a luz.
Nem usei nesses últimos meus lápis pastel branco (Faber-Castell Polychromos), usei um lápis que tenho aqui barato mesmo, até porque meu lápis pastel branco está quase acabando, haha. Ainda não achei para comprar avulso, acredita? Está em falta em tudo quanto é loja! Aliás, muitos dos meus materiais favoritos estão em falta... *triste* :(
E por hoje é só, pessoal. Espero que tenham gostado e que as dicas os ajudem a se manter firmes nessa jornada maravilhosa que é desenhar!
Fascinada por games e arte conceitual, busca o sonho de ser concept artist. É Designer, formada pela Escola Panamericana de Arte e Design com experiência há mais de 15 anos na profissão.
